Ele tomava banho. Era sempre assim quando queria chorar. Entrava no chuveiro e deixava que as lágrimas misturassem-se à água morna que lhe caía sobre os ombros. Agachado no box, abafava o som dos soluços e suspiros – muito por vergonha de perceberem que ele chorava – e, desta maneira, botava para fora toda a angústia de seu peito.
E não foi diferente no dia em que ela ligou dizendo que não dava mais. Sentado em seu computador, ele atendeu ao telefone já prevendo que aquela não seria apenas uma ligação cordial. As palavras até que não foram fortes, mas só a idéia de tê-la perdido fora suficiente para que as primeiras lágrimas lhe rolassem pela face sem nem esperar pelo chuveiro.
Depois do tchau – um adeus tão triste que parecia ter uma mão em seu peito apertando seu coração com toda a força possível –, encaminhou-se direto para o banheiro. Era uma reação instantânea, não premeditada. Acontecia naturalmente, como acordar, esfregar os olhos e espreguiçar-se.
Estava, então, no banheiro. Agachado, a água caía do chuveiro e a enxurrada de lágrimas escorria pelos olhos. Era possível que ele desligasse o chuveiro e, ainda assim, parecesse que este permanecia ligado, tamanha a intensidade do choro. Já sentado, sem vergonha por aquela situação, deixou que o fungar de seu nariz e a respiração ofegante de quem chora fossem ouvidos por todos.
De que importava agora ser forte, não mostrar aos outros que de seus olhos também escorriam lágrimas? Ele queria mesmo era chorar, expelir cada gota daquela água salgada que lhe mareava a vista.
Vista que, talvez, não fosse mais vista. Porque não sabia se seus olhos, depois de tantas lágrimas, conseguiriam encarar os dela novamente. Mas sem dúvida, chorariam de saudades suas a cada banho.
E não foi diferente no dia em que ela ligou dizendo que não dava mais. Sentado em seu computador, ele atendeu ao telefone já prevendo que aquela não seria apenas uma ligação cordial. As palavras até que não foram fortes, mas só a idéia de tê-la perdido fora suficiente para que as primeiras lágrimas lhe rolassem pela face sem nem esperar pelo chuveiro.
Depois do tchau – um adeus tão triste que parecia ter uma mão em seu peito apertando seu coração com toda a força possível –, encaminhou-se direto para o banheiro. Era uma reação instantânea, não premeditada. Acontecia naturalmente, como acordar, esfregar os olhos e espreguiçar-se.
Estava, então, no banheiro. Agachado, a água caía do chuveiro e a enxurrada de lágrimas escorria pelos olhos. Era possível que ele desligasse o chuveiro e, ainda assim, parecesse que este permanecia ligado, tamanha a intensidade do choro. Já sentado, sem vergonha por aquela situação, deixou que o fungar de seu nariz e a respiração ofegante de quem chora fossem ouvidos por todos.
De que importava agora ser forte, não mostrar aos outros que de seus olhos também escorriam lágrimas? Ele queria mesmo era chorar, expelir cada gota daquela água salgada que lhe mareava a vista.
Vista que, talvez, não fosse mais vista. Porque não sabia se seus olhos, depois de tantas lágrimas, conseguiriam encarar os dela novamente. Mas sem dúvida, chorariam de saudades suas a cada banho.