sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Um amor por minuto


Você entrou pela porta e teus cabelos ruivos chamaram minha atenção. Não bastou muito para que meu olhar percorresse todo teu corpo e pudesse, enquanto você circulava pela sala recolhendo assinaturas, observar cada pedacinho seu para morrer em teus olhos azuis piscando e tua cabeça naquele movimento de cumprimento silencioso que você fez ao gordo de paletó de veludo.

Mentira, teu movimento de cabeça me fez levar os olhos ao teu decote. E aí, quem morreu fui eu.Trinta, quarenta segundos em que você esteve na sala foram suficientes para eu me apaixonar, te namorar, casar contigo, ter filhos ruivinhos como você. Um moleque com cara de capetinha. Uma menina meiga, com os olhos da mãe.

Você saiu da sala novamente e meu coração bateu a mil na expectativa de que você voltasse. Foi a única alegria daquela interminável reunião. Mais trinta, quarenta minutos e nada de você.

Acabou e te procurei pelos corredores. Não te achei. E me dei conta que você era mais um daqueles amores efêmeros que nos ganham em poucos segundos, nos fazem viver uma vida e se vão sem nem mesmo sabermos se as peles ficariam eletrificadas ao se tocarem. Sem sequer ouvir uma voz.

No elevador, um andar abaixo, entrou uma morena, baixinha. Seios pequenos, saia plissada. Batatas malhadas, maçãs rosadas. Dei boa tarde, ela respondeu. Antes de chegar ao térreo já tinha me casado com ela, com direito a passeio pela praia, com ela de biquíni fio dental e um rebolado hipnotizante.

Esqueci de você, novo amor de segundos.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Sempre contigo


Estas palavras são para te fazer companhia. Pra você não se sentir nunca sozinha. É como se eu estivesse aí do teu lado o tempo todo, em qualquer cidade. Em todos os monumentos, museus, bancos de trem, quartos de hotel.

São palavras que vão te abraçar, te fazer sentir aconchegada no meu peito naquele fim de dia cansativo. As palavras que vão te acariciar antes de dormir. São teu beijo de boa noite. E também de bom dia. São o teu café na cama, com direito a panqueca de nutella.

Este texto é pra ser, na verdade, a minha mão – quente, sempre quente – segurando a sua nesses dias frios que você vai pegar por aí. Meus dedos entrelaçados aos teus, cada nó grudado, enquanto você me aperta pra ver se esquenta mais rápido.

São palavras, assim, como um reencontro, em que eu chego e você se alegra. São palavras em forma do beijo que você procura quando eu chego. São as palavras que te dizem que “vai ficar tudo bem”, quando você fica nervosa e agoniada. É pra isso que serve esse texto. Pra te trazer paz naquela hora de correria louca.

Em suma, é um texto pra te fazer sorrir. Porque eu vou estar chorando de saudade. Te amo. Volta logo.