Já reparou como o tempo passa rápido quando estamos com alguém que gostamos, ou quando estamos fazendo alguma coisa bem divertida? Aquela tarde com a namorada, cheia de beijinhos e abraços passa feito avião da aeronáutica em dia de sete de setembro. E aquele bate papo com os amigos, em baixo do bloco, em uma sexta-feira à noite...Quando vê já são duas da manhã. Isso sem falar no sono né?!?! Nunca é suficiente, sempre precisamos de pelo menos mais dez minutinhos.
E quando estamos fazendo algo chato?? Aquela aula de matemática que nunca termina. Aquela amiga chata que liga bem na hora do futebol pra chorar porque a calça jeans não cabe mais nela, ou sua avó que quer saber se você melhorou daquela dor de ouvido de seis meses atrás.
E foi pensando nisso que Jonas decidiu inventar aquela máquina. “Máquina de Inversão”, era como ele a chamava. Isso porque a sua finalidade era justamente a de inverter o tempo. Como? Trocando essas situações que falei acima.
Assim, com sua Máquina de Inversão, Jonas fazia a aula de matemática passar mais rápido que um trem bala (mesmo que ele nunca tenha visto um) e a fila do banco quase não existia. Engarrafamento então, nem pensar. Jonas fazia todas as coisas chatas correrem com os ponteiros do relógio e com isso ganhava tempo para as coisas legais.
As tardes no parque jogando bola eram intermináveis. Uma bola de sorvete durava mais que um pote inteiro, e o jogo do seu time - quando estava ganhando e jogando bonito, é claro - durava muito mais que os dois tempos de 45 minutos. Mas o melhor, o bom mesmo, aquilo que fazia Jonas botar sua máquina pra funcionar mais rapidamente era quando encontrava com ela. Fabiana! Ahh... Jonas se derretia todo. Os carinhos, cafunés, beijinhos. A máquina quase explodia de tanto que funcionava, mas para Jonas essa tinha sido a maior razão de construí – la.
Naquele momento, para Jonas, o tempo passava lentamente. Mais devagar que bicho preguiça se espreguiçando. Parecia que você, atrasado para a reunião mais importante da sua vida, parou em uma faixa de pedestres para esperar a travessia de uma família de caramujos acompanhados por sua amiga lesma. Nunca, nuca algo poderia ser tão lento. E era isso que fazia Jonas feliz. Aquele instante era algo mágico e se eternizava.
E agora você deve estar se perguntando: “Como ele construiu a tal máquina?” “Será que ele me empresta um pouquinho? Quem sabe não me vende?” E é aí que eu deixo o Jonas falar por ele: “Cada um tem sua própria máquina. Basta saber como fazê-la funcionar, e essa é a parte mais fácil. E só você pegar aquele tempo bom, nem que ele tenha durado só um segundo, e guardá-lo bem na sua memória. Pronto, você bota sua máquina pra funcionar usando a memória. Reviva o segundinho bom se lembrando o quanto foi gostoso, as sensações e tudo mais sentido naquele momento. E as coisas ruins você deve apagar da memória. Dessa maneira não precisa ficar relembrando nada que não deseje. Simples...”
Ouvi dizer que agora Jonas está tentando aprimorar a máquina. Em vez de passar o tempo devagar, vai faze-lo parar. Eita sujeitinho esperto esse Jonas! Que houve? Leu o texto rapidinho? Ah, comece a botar sua máquina pra funcionar então...
Eu tinha um objeto muito eficiente que fazia com que as aulas chatas de matemáticas e as de ensino religioso (da prefessora que não tirava capacete em sala de aula) passessem bem rapidinho,chamava-se: palavra-cruzada. Rs!!!
ResponderExcluirÉ, mas eu era muito melhor que você nas Palavras Cruzadas!! Auahuahu
ResponderExcluirAdorei esse Jonas!
ResponderExcluirQuero uma dessas pra mim!?
Não tem pra vender não?
hahahahahahahaha
Beijos
Essa é também uma máquina de fazer saudades, hein? "Eita sujeitinho esperto esse Jonas!"...
ResponderExcluirAbçs
show de bola o texto...
ResponderExcluirabrazz bolota
Paulo, obrigada pelo coments...Sou fã dos seus textos, que deslizam pelos olhos e marcam fundo na alma.
ResponderExcluirBeijinhos