- Sai daí menino, que fogão não é brinquedo para criança!
- Ah, mãe! Como que você me viu se estava de costas?
- Eu tenho olhos na nuca, Duda. Olhos na nuca.
Ainda que tivesse - como tinha sua mãe - olhos na nuca, os de Eduardo permaneceriam para sempre fechados. Para que olhos na nuca se tudo o que eles veriam seria o que foi deixado para trás?
Eduardo não queria se preocupar com nada do que era passado. A única coisa boa que tinha dos tempos idos era sua mãe. Essa, infelizmente, também já tinha ido e lembrar de momentos com ela eram sempre dolorosos. Por isso, Eduardo não queria que sua nuca tivesse olhos. Muito menos olhos abertos.
Olhos que veriam a dor da morte da mãe. A tristeza de uma adolescência solitária em um orfanato. As loucuras de anos em meio às drogas. As lágrimas pelo primeiro amor que nunca lhe deu atenção e, mais recentemente, o último que lhe deixou com o coração em pedaços.
Olhos na nuca não poderiam ajudá-lo a buscar a felicidade pela qual ele sempre esperou. Olhos na nuca não poderiam fazê-lo enxergar o caminho do sucesso que ele almejava. Olhos na nuca seriam sempre a vitrine do passado, do fracasso e da decepção.
- Ah, mãe! Como que você me viu se estava de costas?
- Eu tenho olhos na nuca, Duda. Olhos na nuca.
Ainda que tivesse - como tinha sua mãe - olhos na nuca, os de Eduardo permaneceriam para sempre fechados. Para que olhos na nuca se tudo o que eles veriam seria o que foi deixado para trás?
Eduardo não queria se preocupar com nada do que era passado. A única coisa boa que tinha dos tempos idos era sua mãe. Essa, infelizmente, também já tinha ido e lembrar de momentos com ela eram sempre dolorosos. Por isso, Eduardo não queria que sua nuca tivesse olhos. Muito menos olhos abertos.
Olhos que veriam a dor da morte da mãe. A tristeza de uma adolescência solitária em um orfanato. As loucuras de anos em meio às drogas. As lágrimas pelo primeiro amor que nunca lhe deu atenção e, mais recentemente, o último que lhe deixou com o coração em pedaços.
Olhos na nuca não poderiam ajudá-lo a buscar a felicidade pela qual ele sempre esperou. Olhos na nuca não poderiam fazê-lo enxergar o caminho do sucesso que ele almejava. Olhos na nuca seriam sempre a vitrine do passado, do fracasso e da decepção.
Olhos na nuca sempre fechados. Aberto, apenas seu peito pronto para enfrentar os desafios da nova vida. Olhos para o futuro são os do rosto, que enxergam à frente. Atrás, só virando o pescoço e isso Eduardo não pretendia fazer.
credo, Paulinho
ResponderExcluirque coisa mais triste: adolescência no orfanato, nas drogas... eu hein!
duas semanas de férias e vc chega com toda essa inspiração!
ahahahahaha
bjs
Adorei!
ResponderExcluirDemorou mas valeu a pena.
Bjs, rafaela