- Obrigado por te esquecer.
- O que? Como assim?
- É. Obrigado por te esquecer. Foi melhor assim mesmo.
- Que mesmo? Que assim?
- Obrigado por não pegar na minha mão quando precisei, por calar quando queria te ouvir, por dançar quando te queria ao meu lado e por parar quando eu queria dançar. Obrigado por fugir, por só ficar, por não estar. Obrigado por nunca me agradecer, nem sorrir e me chamar para sair. Valeu mesmo por me atender e me despistar com aquela desculpa sorridente. Obrigado por me levar a sério só quando lhe foi conveniente. Por gostar de mim apenas nas tuas noites vazias e saber fazer só o que pra mim você não devia. Obrigado por ser assim. Agradeço-te pela falta de carinho, de consideração. Ter-te é um espinho. Obrigado por não teres flores na mão. Com você, aprendi qual o meu caminho. Falta agora ensinar a meu coração.
A vida é feita de histórias. Boas e ruins. Surpreendentes ou não. Você nunca estará livre de histórias marcantes.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Parceria
A amizade entre os dois era evidente. Impossível não notar. Bastava passar em frente ao prédio em que moravam para vê-los, diariamente, sentados no banquinho. De manhã cedo, na hora do almoço, no fim da tarde. Sempre que possível lá estavam os dois. Inseparáveis.
Mesmo em silêncio era possível notar a cumplicidade entre eles. Sentados, um ao lado do outro, trocando carinhos. O papo devia variar entre o clima, a vida, as notícias do jornal que ele carregava debaixo do braço. Enfim, aquilo não interessava. O importante para os dois era estar lado a lado.
Vez ou outra levantavam-se do banco e davam um passeio. Esticar as pernas era importante para os dois. Não estavam mais em idade de muitas aventuras e uma breve volta pelos arredores já devia cansá-los. Por isso a brevidade das caminhadas
Mesmo com todo esse ambiente de alegria e cumplicidade, ao vê-los, meu maior pensamento era sobre a morte. Sobre qual dos dois ela visitaria primeiro. Qual dos dois ficaria sozinho. Qual deles tentaria levantar e sentar no velho banco sem a companhia do companheiro.
Cumplicidade, amizade, parceria, companheirismo, amor. Tudo isso faz parte de um relacionamento. Ainda que seja como a dos dois. A bela relaçãao entre um velho homem e um velho cachorro.
Mesmo em silêncio era possível notar a cumplicidade entre eles. Sentados, um ao lado do outro, trocando carinhos. O papo devia variar entre o clima, a vida, as notícias do jornal que ele carregava debaixo do braço. Enfim, aquilo não interessava. O importante para os dois era estar lado a lado.
Vez ou outra levantavam-se do banco e davam um passeio. Esticar as pernas era importante para os dois. Não estavam mais em idade de muitas aventuras e uma breve volta pelos arredores já devia cansá-los. Por isso a brevidade das caminhadas
Mesmo com todo esse ambiente de alegria e cumplicidade, ao vê-los, meu maior pensamento era sobre a morte. Sobre qual dos dois ela visitaria primeiro. Qual dos dois ficaria sozinho. Qual deles tentaria levantar e sentar no velho banco sem a companhia do companheiro.
Cumplicidade, amizade, parceria, companheirismo, amor. Tudo isso faz parte de um relacionamento. Ainda que seja como a dos dois. A bela relaçãao entre um velho homem e um velho cachorro.
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