segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Parceria

A amizade entre os dois era evidente. Impossível não notar. Bastava passar em frente ao prédio em que moravam para vê-los, diariamente, sentados no banquinho. De manhã cedo, na hora do almoço, no fim da tarde. Sempre que possível lá estavam os dois. Inseparáveis.

Mesmo em silêncio era possível notar a cumplicidade entre eles. Sentados, um ao lado do outro, trocando carinhos. O papo devia variar entre o clima, a vida, as notícias do jornal que ele carregava debaixo do braço. Enfim, aquilo não interessava. O importante para os dois era estar lado a lado.

Vez ou outra levantavam-se do banco e davam um passeio. Esticar as pernas era importante para os dois. Não estavam mais em idade de muitas aventuras e uma breve volta pelos arredores já devia cansá-los. Por isso a brevidade das caminhadas

Mesmo com todo esse ambiente de alegria e cumplicidade, ao vê-los, meu maior pensamento era sobre a morte. Sobre qual dos dois ela visitaria primeiro. Qual dos dois ficaria sozinho. Qual deles tentaria levantar e sentar no velho banco sem a companhia do companheiro.

Cumplicidade, amizade, parceria, companheirismo, amor. Tudo isso faz parte de um relacionamento. Ainda que seja como a dos dois. A bela relaçãao entre um velho homem e um velho cachorro.

3 comentários:

  1. rsrsrsrs, ótimo.
    Adoro cachorros.Muitas vezes são a melhor cia mesmo, especialmente em épocas de entresafra.
    Mas espero ficar velhinha com um amor canino e um amor humano do lado.
    bjos

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  2. Um história que pode ser real. Gostei da reflexão sobre amizade.

    abraços

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  3. marley e eu fez tu cabeça, hein, paulete!!! bela amizade... abçs

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