sexta-feira, 20 de abril de 2012

Correio

Eu vou é me sentar, folha em branco e caneta na mão, e me escrever uma carta. Quando ela chegar, terei certeza – e ainda que não tenha, me convencerei – de que ela veio de você. Cheia de notícias suas, sobre a sua vida em lugar lindo e feliz. Seu novo trabalho, seus novos amigos. Vou ficar feliz em poder ler tudo isso.

Suas palavras serão amistosas. Você vai se lembrar de histórias que vivemos juntos. Dirá que tomou um sorvete de tamarindo incrível e que tem certeza que eu iria gostar. Me perguntará se aquele café que frequentávamos ainda está aberto e se o nosso garçom amigo ainda anda por lá. E ainda vai me prometer enviar junto da próxima carta uma lata de goiabada cascão que uma senhora, já bem idosa, produz aí nas redondezas de onde quer que você esteja.

E eu vou sorrir. Vou ficar feliz por saber que você está bem. Vou me sentir tranquilo até quando você disser que está bem no campo amoroso. Vai doer, lógico. A pontada no estômago, a aceleração cardíaca, aquele primeiro momento de “não acredito que ela fez isso comigo”. Tudo normal, mas te garanto, vou ficar contente.

Afinal, é melhor saber que você está bem nos braços de um qualquer. É melhor do que pensar que você está aí sofrendo de saudades de mim. Do mesmo jeito, com a mesma intensidade que eu to aqui, sofrendo de saudade de você. Não desejo isso pra ninguém. Já pensou se eu ia querer isso logo pra você?

Quero mais é te ver assim, feliz. Indo atrás dos teus sonhos, da tua vida. Fazendo tudo aquilo que eu disse que faríamos juntos, mas não tive colhão pra levantar e ir atrás. Quem sabe assim um dia você se encontra de vez. “Conhece te a ti mesma”, como costumávamos falar. E aí você se dê conta de que só vai ter uma coisinha faltando pra tua alegria plena: eu.

3 comentários:

  1. Qual teu e-mail??? Estou desconectada do mundo, hohohoho! Sem celular pra poder entrar no googletalk, sem poder entrar no face... e quero te mandar o texto!

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