sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Beijo


- Festinha legal, hein Duda?
- É...
- Que foi moleque? Não tá curtindo?
- Tô...
- Velho, relaxa, porra! Pega a Jana numa boa. Faz o negócio direitinho que tu vai ver que vai dar certo. Propaganda é a alma do negócio, Dudinha.
- Tá bom de tu contratar um publicitário pra você então, Teta.
- Se foder. Eu tô em dia com meu marketing. Verônica jajá pinta aí e tu vai ver o pegador em ação!
- Ah, tá viu...
- Se liga, olha a Luana e a Jana chegando. Fica tranquilo.
- Porra! Elas têm que vir direto pra cá?
- Calma! Calma, Duda!
- Oi, Luaninha! Oi, Jana!
- Oi, Teta.
- Oi, Teta. Oi, Duda!
- Oi, Jana. Oi, Luana.
- Tá animada a festa, né? Eu e a Jana acabamos de chegar mas já estamos adorando!
- O Duda não tá muito animado não. Mas eu não sei por quê. Hoje tem tudo pra ser uma grande noite. Não é, meninas?
- Tenho certeza. Acho que ele tá precisando só de uma animação. Que tal eu ir pegar um drink pra mim e pra Jana e você pegar um pra você e pro Duda, Teta?
- Tu acha que vou ficar servindo esse idiota?
- Vai, Teta. Vai sim!
- Ah, tá. Vou sim. Vamos lá. Cervejinha ou caipirinha, Duda?
- Tanto faz...
.........
- Você tá bonito, Duda. Nunca tinha te visto “arrumadinho”, sem uniforme.
- É... minha mãe me comprou essa camisa. Ela é legal.
- Você tá bem?
- Sim. Tudo bem.
- Eu adoro essa música!
- É. Ela é legal.
- Eu também comprei essa blusa hoje. O que você achou?
- Bonita. É muito bonita.
- Nossa, to ficando com sede. Cadê a Luana e o Teta com as bebidas?
- É. Tão demorando. Deve ter fila lá pra pegar.
- Por falar no Teta. Por que o apelido dele é Teta?
- Ah, coisa de criança. Tem muito tempo já.
- Sim, mas por quê? O nome dele é André.
- Ela era gordo quando criança. E aí... criança gordinha, sabe né? Fica com peitinho e tal. Aí ele virou o Teta.
- Hahahaha! Entendi. Devia ser engraçado.
- Era! Era muito. Era um peito molenga que balançava quando jogava bola sem camisa. E era enorme. Maiores que os seus.
- ...?
- Não, assim. Proporcionalmente, eu digo. Ele era criança. Sei lá, 7 ou 8 anos. Era grande pra idade dele. Não que seja maior que o seu hoje. O seu é ótimo. Super proporcional também. É lindo.
- ...?
- Não só eles. Não. Você é bonita. Toda bonita. Assim. E claro, é inteligente que é mais importante. Gente boa, também.
- Duda, cala a boca.
- Não, sério. Eu te acho linda. De verdade. Mas eu falo besteira assim. Perco o controle. Me embanano todo. É que eu fico nervoso mesmo, sabe. Aí desembestoafalarsempararenãoparoeporissocomeçoafalarummontedebobagemmasdesculpanãoqueriatedesrespeitarfoimesmoumabobagemquefaleidesculpamesmoaiquebosta...
- Duda. Para! Hahahaha!
- Ah, desculpa. Eu sempre estrago tudo.
- Tudo o quê?
- Tudo. A gente tava aqui batendo papo. Eu falei bobagem, te ofendi... você vai ficar brava, nem vai mais curtir a festa. Estraguei tudo.
- É. Tá certo que o que você disse não deve ser dito assim, ao léu pra qualquer menina. Mas eu achei fofo te ver assim nervoso. Foi bonitinho.
- Foi?
- Foi.
- Ah...
- Vem cá, vem?
BEIJO!

Com uma mão no pescoço e outra nas costas de Janaína ele pode, pelo tato, procurar a espessura da fita do sutiã. Mas não tinha sutiã. A blusa dela era pra ser usada sem. SEM! 

Este texto faz parte da primeira tentativa deste blog de criar uma história longa e não apenas um conto. Acompanhe a continuidade dele pelo marcador #desenvolvimento

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