sexta-feira, 19 de julho de 2013

Segunda-feira

Ela achava graça de como as pessoas reclamavam das intermináveis e solitárias tardes de domingo. Sempre aparecia alguém por aí, seja ao vivo, ou pelas redes sociais, reclamando do quanto é dolorido esperar pelo fim daquele domingo que não acaba nunca, em que a programação na TV é vazia e entediante, e nem aquele filme que todo mundo adora tem graça ao ser visto sozinho, sem nenhum colo para te aconchegar na cama.

Mas ela mesma não se importava com os domingos. Seus domingos são cheios, repletos. Seus domingos têm amigos, sol, clube, cerveja, futebol, cinema. Seus domingos acabam tarde, com vontade de que pudessem ser eternos. Eternos domingos, seguidos de outros domingos, e mais outros domingos. Porque o que dói mesmo são as segundas-feiras. Essas são as que partem seu coração.

É na segunda-feira que ela se coloca de volta à rotina. A rotina solitária. É na segunda que levanta cedo e percebe que não ganhou aquele boa noite antes de dormir e nem vai receber aquele beijo de bom dia. É ao acordar para dar início a mais uma semana que ela percebe que, na verdade, essa será mais uma semana que começa sem tê-lo.

E é aí que dói e ela falta implorar para o tempo correr e chegar logo o próximo domingo. E com ele, aquela esperança renovada de que outra semana pode começar e, quem sabe, ela acorde na segunda-feira com aquela mensagem desejando um bom dia. Ainda que seja à distância.

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