sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Altura

Achei graça na primeira vez que te vi. Não sabia se olhava pro teu decote ou pros teus olhos. Acabei ficando paralisado na tua boca. Linda. E ainda ganhava um charme especial enquanto você ria e sorria das bobagens que eu falava.

Depois soube que você me achou mesmo divertido. Pena que eu era baixinho. Do alto dos seus 1,55m, firmados pelo seu pezinho 34, você foi capaz de impor esta barreira. Pena que eu era baixinho. Pena? Só se for pra você.

Pena de você que se impõe obstáculos desnecessários. Pena de você que se sabota diariamente. Pena de você que antes de viver, já roteiriza um script de final infeliz. Pena de você que não se permite e nem se liberta.

Porque eu, ali, naquelas poucas horas ao teu lado, vivi um romance lindo. Te abracei inúmeras vezes enquanto você – de pé, diga-se – apoiava sua cabeça no meu peito. Te beijei apaixonadamente e te disse lindas palavras de amor. Me encantei diariamente com tua boca, que me parecia cada vez mais linda a cada sorriso.

Dormi e acordei com teus olhos me vigiando. Com a paz desse azul esverdeado me acalmando. Me joguei em teu decote. Me lambuzei na tua pele. Te fiz gemer. Te dei prazer. Massageei teus pezinhos 34. Te vi rodar e dançar com vestidos floridos em fins de tarde nubladas em que a gente brincava que você era o sol.

Te vi andar, meio bêbada de vinho, pela casa usando só camiseta e calcinha depois do risoto que te preparei. Te observei tomar banho pelo vidro esfumaçado do box e desenhei um coração no espelho pra quando você saísse do chuveiro.

Mas aí voltei à realidade: eu era baixinho. Mas um pouco mais alto que tuas ideias de felicidade.

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