Ela achou dentro do carro. Era um recorte de jornal, aparentemente sem sentido. Estava dando aquela limpa no veículo antes de deixá-lo na oficina. E lá no fundo do porta luvas, o pequeno quadradinho acinzentado repousava. Era o anúncio de uma casa de bolos. Bolos feitos sem leite.
E automaticamente toda a lembrança veio à cabeça. Ela, buscando ele em casa. Ele, como sempre, cheio de ideias. Desceu sacodindo o pedaço de jornal. “Olha! Vamos lá agora para comprar um bolo de chocolate. Tô morrendo de vontade”, ele disse. Ele não comia nada com leite. Severa intolerância à lactose. Ela, há pouco tempo, também vinha desenvolvendo certa resistência aos lácteos. “O único animal que toma leite de outro animal é o homem. E ele ainda se acha racional. Todo mundo vai desenvolver um certo nível de intolerância”, dizia um amigo médico do casal.
Mas sabe lá por que – ela não lembrava mais – eles não foram comprar o bolo. Algum outro compromisso dela, ou dele. Um horário de cinema que não podia ser adiado, um aniversário de amigos, uma reunião de família.
O anúncio foi guardado, provavelmente com a promessa de que numa próxima vez, eles iriam atrás do bolo. Ali, ficava à mão. Quem sabe se estivessem passando por perto, não dariam uma paradinha.
Mas como todos os outros sonhos que eles tinham, foi esquecido. Ela nem tinha mais nenhum problema com os lácteos. Não fazia mais sentido ir atrás do bolo. Ele, bem, dele ela nem sabia mais.
Amassou o anúncio e jogou fora, junto a tantas outras lembranças.
E automaticamente toda a lembrança veio à cabeça. Ela, buscando ele em casa. Ele, como sempre, cheio de ideias. Desceu sacodindo o pedaço de jornal. “Olha! Vamos lá agora para comprar um bolo de chocolate. Tô morrendo de vontade”, ele disse. Ele não comia nada com leite. Severa intolerância à lactose. Ela, há pouco tempo, também vinha desenvolvendo certa resistência aos lácteos. “O único animal que toma leite de outro animal é o homem. E ele ainda se acha racional. Todo mundo vai desenvolver um certo nível de intolerância”, dizia um amigo médico do casal.
Mas sabe lá por que – ela não lembrava mais – eles não foram comprar o bolo. Algum outro compromisso dela, ou dele. Um horário de cinema que não podia ser adiado, um aniversário de amigos, uma reunião de família.
O anúncio foi guardado, provavelmente com a promessa de que numa próxima vez, eles iriam atrás do bolo. Ali, ficava à mão. Quem sabe se estivessem passando por perto, não dariam uma paradinha.
Mas como todos os outros sonhos que eles tinham, foi esquecido. Ela nem tinha mais nenhum problema com os lácteos. Não fazia mais sentido ir atrás do bolo. Ele, bem, dele ela nem sabia mais.
Amassou o anúncio e jogou fora, junto a tantas outras lembranças.
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