Eu estava pensando aqui um dia desses, entre uma rajada de vento e outra de fumaça de ônibus que recebia na cara, enquanto observava da janela, o quanto deve ser difícil pra você me odiar assim, né? Porque você poderia ter mil motivos pra me detestar depois que fui embora. Seria muito simples ter raiva do cara que te deixou só por este fato.
Mais fácil, ainda, seria se tudo aquilo que você imaginava que eu fosse, acontecesse de verdade. É simples detestar um homem rico, bonito, cheio de futuro e que te deixou, assim, ao que parece, sem motivo algum, né? Você poderia estar, agora mesmo, usufruindo de toda essa riqueza, beleza e sendo parte do futuro brilhante que eu teria pela frente, segundo você mesma.
E é por isso que pensei que deve estar sendo complicado, né? Detestar um cara pobre, jogado na sarjeta, morando de favor na casa de um primo que nunca nem foi muito próximo, mas era o alento e o teto que lhe sobraram. Detestar um cara sem emprego, magro-esquálido-amarelo, porque mal come de tanta vergonha de si mesmo. Não é simples ter ódio de alguém assim.
Mas, mesmo assim, consegui ver, por trás do azul cintilante dos teus olhos, o vermelho brasa da raiva. A tua vontade de agarrar minha barba por fazer e encher minha cara de tapas. O teu peito inchando de vontade de gritar um sonoro FILHODAPUTA! Sim. Eu percebi tudo isso. Você sabe que desde o primeiro momento eu sempre soube ler você.
Mas olha, fica com raiva não. Eu tô aqui, assim. Desse jeito que você viu na esquina. Eu não tô nem perto do brilho que você esperava de mim. Então, nem vale a pena guardar esse ódio por algo que nunca aconteceu ou vai acontecer.
Aliás, pra sanar sua dúvida de vez, foi por isso que fui embora. Pensando bem, eu prefiro até tua raiva que a tua decepção. Prefiro que você queira me bater e cuspir na minha cara a se desiludir com o tempo e virar uma sombra daquela mulher viva com quem eu tive o prazer de conviver.
Então, vem cá. Bate. Descarrega a raiva toda e segue em frente. Que você continua linda e não merece um fracassado feito eu.
Mais fácil, ainda, seria se tudo aquilo que você imaginava que eu fosse, acontecesse de verdade. É simples detestar um homem rico, bonito, cheio de futuro e que te deixou, assim, ao que parece, sem motivo algum, né? Você poderia estar, agora mesmo, usufruindo de toda essa riqueza, beleza e sendo parte do futuro brilhante que eu teria pela frente, segundo você mesma.
E é por isso que pensei que deve estar sendo complicado, né? Detestar um cara pobre, jogado na sarjeta, morando de favor na casa de um primo que nunca nem foi muito próximo, mas era o alento e o teto que lhe sobraram. Detestar um cara sem emprego, magro-esquálido-amarelo, porque mal come de tanta vergonha de si mesmo. Não é simples ter ódio de alguém assim.
Mas, mesmo assim, consegui ver, por trás do azul cintilante dos teus olhos, o vermelho brasa da raiva. A tua vontade de agarrar minha barba por fazer e encher minha cara de tapas. O teu peito inchando de vontade de gritar um sonoro FILHODAPUTA! Sim. Eu percebi tudo isso. Você sabe que desde o primeiro momento eu sempre soube ler você.
Mas olha, fica com raiva não. Eu tô aqui, assim. Desse jeito que você viu na esquina. Eu não tô nem perto do brilho que você esperava de mim. Então, nem vale a pena guardar esse ódio por algo que nunca aconteceu ou vai acontecer.
Aliás, pra sanar sua dúvida de vez, foi por isso que fui embora. Pensando bem, eu prefiro até tua raiva que a tua decepção. Prefiro que você queira me bater e cuspir na minha cara a se desiludir com o tempo e virar uma sombra daquela mulher viva com quem eu tive o prazer de conviver.
Então, vem cá. Bate. Descarrega a raiva toda e segue em frente. Que você continua linda e não merece um fracassado feito eu.
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