Ela se sentia meio perdida. Deitada em sua cama, no escuro, olhando para o teto. Sentia falta de alguma coisa. E não pense você que era alguém, não. Era uma coisa mesmo. Um objeto, algo com que se divertir antes de o sono chegar. Um livro.
Foi acostumada, desde pequena, a dormir sempre acompanhada pelas letras. Quando criança, o pai lia para ela as lindas histórias de princesas, castelos, dragões e fadas que floreavam seus sonhos. Depois, já alfabetizada e, portanto, independente no mundo das palavras passou a dormir, inicialmente, acompanhada dos gibis. Mônica, Cascão e Cebolinha traziam aventuras aparentemente bobas, mas que sempre foram vivenciadas como se ela mesma fizesse parte da turma da rua de baixo.
Mais tarde, na pré-adolescência, os romances de jovens meninas e rapazes a encantavam e faziam sonhar com o seu príncipe encantado. Não aquele do cavalo branco, como nas histórias de criança. Mas sim o mais bonito do colégio, que jogava futebol e tirava boas notas, que lhe levaria para tomar sorvete na praça e ofereceria uma flor roubada do jardim.
Vieram então os dramas adultos e com eles outros romances, aventuras, policiais e por que não – mas só de vez em quando – algumas daquelas belas histórias juvenis que traziam boas recordações. Mas é fato que seu encantamento pelos livros só cresceu. Leituras mais densas, mais carregadas de detalhes, suspense e um pouco de erotismo.
Porém, agora, ela estava ali. Deitada, sozinha na escuridão. A leitura não lhe fazia companhia. Ela sabia o por que de sua solidão literária e, por isso mesmo, não conseguia acreditar que tenha passado tantas noites insones por um detalhe tão bobo: o abajur queimado.
Há mais de mês, a sua fonte de luz noturna tinha estragado. Já era tarde da madrugada, ela já havia adormecido, como de costume, com o livro pousado em seu peito. Acordou com o cheiro forte de queimado. Saía fumaça da base do abajur. Nada que necessitasse de um extintor, mas o suficiente para assustar alguém que já sonhava com viagens pelos mares do sul a bordo de um navio pirata. Bastou tirar o aparelho da tomada e resolveu-se o problema.
Porém, outro problema foi gerado com isso. Surgiu, então, a insônia, a saudade dos livros, das personagens, dos dilemas e dos amores que recheavam as histórias. Um abajur queimado, a razão de tudo. E ela não tomava uma atitude para consertá-lo. Parecia até que tinha deixado de gostar das histórias. Para ela, pior não era perder o sono, mas sim o ritmo dos contos, o fio da meada dos acontecimentos.
Ligar a luz do quarto era algo impensável. Pois, quando sentisse sono, teria que se levantar para apagá-la e a preguiça não permitia isso. Por isso apreciava tanto o abajur, ao alcance de sua mão. Bastava esticar o braço para alcançar o interruptor e criar o breu necessário para seus sonhos literários.
Por isso, enfim, ela foi ao eletricista. Pousou o abajur sobre o balcão e disse: “Moço, meu abajur queimou”. E naquela mesma noite, ela voltou a dormir. Um sono profundo, repleto de fantasias que só os livros podem nos trazer.
Foi acostumada, desde pequena, a dormir sempre acompanhada pelas letras. Quando criança, o pai lia para ela as lindas histórias de princesas, castelos, dragões e fadas que floreavam seus sonhos. Depois, já alfabetizada e, portanto, independente no mundo das palavras passou a dormir, inicialmente, acompanhada dos gibis. Mônica, Cascão e Cebolinha traziam aventuras aparentemente bobas, mas que sempre foram vivenciadas como se ela mesma fizesse parte da turma da rua de baixo.
Mais tarde, na pré-adolescência, os romances de jovens meninas e rapazes a encantavam e faziam sonhar com o seu príncipe encantado. Não aquele do cavalo branco, como nas histórias de criança. Mas sim o mais bonito do colégio, que jogava futebol e tirava boas notas, que lhe levaria para tomar sorvete na praça e ofereceria uma flor roubada do jardim.
Vieram então os dramas adultos e com eles outros romances, aventuras, policiais e por que não – mas só de vez em quando – algumas daquelas belas histórias juvenis que traziam boas recordações. Mas é fato que seu encantamento pelos livros só cresceu. Leituras mais densas, mais carregadas de detalhes, suspense e um pouco de erotismo.
Porém, agora, ela estava ali. Deitada, sozinha na escuridão. A leitura não lhe fazia companhia. Ela sabia o por que de sua solidão literária e, por isso mesmo, não conseguia acreditar que tenha passado tantas noites insones por um detalhe tão bobo: o abajur queimado.
Há mais de mês, a sua fonte de luz noturna tinha estragado. Já era tarde da madrugada, ela já havia adormecido, como de costume, com o livro pousado em seu peito. Acordou com o cheiro forte de queimado. Saía fumaça da base do abajur. Nada que necessitasse de um extintor, mas o suficiente para assustar alguém que já sonhava com viagens pelos mares do sul a bordo de um navio pirata. Bastou tirar o aparelho da tomada e resolveu-se o problema.
Porém, outro problema foi gerado com isso. Surgiu, então, a insônia, a saudade dos livros, das personagens, dos dilemas e dos amores que recheavam as histórias. Um abajur queimado, a razão de tudo. E ela não tomava uma atitude para consertá-lo. Parecia até que tinha deixado de gostar das histórias. Para ela, pior não era perder o sono, mas sim o ritmo dos contos, o fio da meada dos acontecimentos.
Ligar a luz do quarto era algo impensável. Pois, quando sentisse sono, teria que se levantar para apagá-la e a preguiça não permitia isso. Por isso apreciava tanto o abajur, ao alcance de sua mão. Bastava esticar o braço para alcançar o interruptor e criar o breu necessário para seus sonhos literários.
Por isso, enfim, ela foi ao eletricista. Pousou o abajur sobre o balcão e disse: “Moço, meu abajur queimou”. E naquela mesma noite, ela voltou a dormir. Um sono profundo, repleto de fantasias que só os livros podem nos trazer.
as vezes eu fico tentando imaginar de onde você tira essa sua inspiração fantasiosa e real! =P
ResponderExcluirbeijos
Sofia, nesse caso a inspiração veio DIMIM!!!!! Não fique enciumada! heheheh Mas a bela moça (kkkk) dessa história tem nome: Iêda!!!!
ResponderExcluirPaul, AMEI o texto, como vc já sabe!
Adorei a homenagem!!!
Vou dedicar um post do meu blog pra vc, tá???
eu te amo!!
Vc me ama????
Olha a musa inspiradora ai! Que beleza.
ResponderExcluirMuito boa a história, Paulete. A tua cara! Abração!
Espera aí!
ResponderExcluirEu não falei em momento algum do texto que a moça era bela. De onde vc tirou isso Iêda?
Só se for da sua cabeça mesmo né??
Bela... tadinha...
Paul, tem coisas na vida que não precisa nem dizer!!!!
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk