sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ensaio sobre a frescura masculina


Um brinde à frieza humana. Craseada mesmo! Viva o “tô-nem-ai-pra-você-meu-rapaz”. E o melhor: salve o “deixa-de-frescura-moleque”! Por aqui, “onde-os-fracos-não-tem-vez”, mais vale o silêncio do que a publicidade espontânea do nosso frágil coraçãozinho de homem. Eis o momento fúnebre da humilhação humana: quando o macho chora e pergunta: “Por quê? Por quê? Por que?”.

Você, homenzarrão de coração frouxo, jamais repita isso. Por quê? Uma vez basta. Lá nos tempos do colegial. E chega. Ensino médio, como se diz hoje, ainda vale. Época de aprendizado, de criar casca, de chorar o leite derramado. Depois disso, sinta-se graduado. Beba-o do chão mesmo! E poupe as danadas das ceninhas chorosas.

Alguém ai já levou um inesquecível pé-na-bunda? Eu já. Façamos, então, bom proveito.

Porque nada muda uma decisão feminina. Elas são como aroeiras-do-sertão, árvores belas, de pés no chão. Balançam, envergam, choram, emudecem, brigam, gritam, escurecem, desaparecem. Mas nada por completo. Elas sempre voltam. Mais fortes, mais lindas, mais sorridentes, mais bundudas, mais saradas, mais charmosas, mais tesudas, mais amigas... enfim! Mais mulheres.

E nós? Poupemo-nos da derrota. Mantenhamos o jeitão de homem. Macho mesmo. Tradicionalismo com aquela modernidade intelectual ainda funciona. Saber decidir é fundamental. Diga sim e diga não. "Você-é-que-sabe" é para os fracos. Para elas, entreguemos o mistério. Mistério é alimento para o amor. Daremos a elas o combustível da dúvida. Sobre tudo, se possível.

Mas, em tempo: homem que é homem respeita sua dama. Protege-a como um King-Kong cabrêro. Lança olhares vermelhos aos gaviões ameaçadores. E pula em seus pescoços quando necessário. Homem que é homem ama. E declama também. Acaricia e pega. Pega com jeito. Marca pele e coração.

No fim, homem também aprende a ser largado e se respeita. Os verdadeiros não são frescos, nem fracos. Homem sofre. Mas não esperneia. Silencia, cala. E espera. Afinal, homem que é homem admite a derrota. E a deixa partir.

5 comentários:

  1. Autobiografia Toty Freire?
    Saudade desse meu homem amigo!
    Muita!

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  2. Ieda Campos Vilela10/6/11 17:57

    Pedro, dos homens que eu conheço vc é o único assim... desse jeito...

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  3. Natália Santos11/6/11 12:48

    Toty! Belo texto, adorei!

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  4. É bem isso... Engole o choro e vai. Move on.

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