segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

E agora que a festa acabou, meu camarada?


Você está há uma semana solteiro após o término de um relacionamento de quatro anos. Numa festa, vai ao bar comprar uma cerveja e lá está ela. Mais bonita do que quando você a deixou. Acompanhada. Quem é o cara? Xis. O frio vai tomando a barriga. Seu sorriso fica amarelo. Lá vem o suor. Reintegrado ao grupo e com a cerveja na mão, você não consegue ouvir nada. Apenas levar a cerveja à boca em um ritmo anormal. Ela passa à sua frente. Finge que não o vê. Está de mãos dadas. Anda e para no meio da pista de dança. Sorri para o acompanhante e, mexendo o corpo com cara de feliz, o beija. Você olha aquilo. A garganta trava. Permanece ali uns 15 minutos, inventa uma desculpa e vai embora. Cai na cama. Irreconhecível.

Essa situação é comum entre os marmanjos. Em relacionamento, arrependimento é mais coisa de homem. As mulheres têm uma capacidade de avaliação bem mais apurada que nós. Se só imaginam que podem se arrepender, pensam, pensam, pensam e só decidem quando estão certas de que o problema é superável sem grandes transtornos.

Nós, homens, não. Somos como animais iludidos. Se a galera toda está solteira, por exemplo, na farra, logo nos sentimos tentados a cair na gandaia. Uma vez certos de que aquele vidão de noite em noite é que é bom, começamos a detonar uma rotina até então tranquila de um relacionamento. Queremos sair mais do que de costume, reclamamos das cobranças mais do que deveríamos e assim abrimos uma crise.

Nossa mente gera, então, uma ideia de que namorar é estar preso. Aquilo se intensifica a medida que se comenta aquele sentimento com os amigos. "É isso mesmo! Não deixe que ela tire a sua vida. Somos novos!", incentiva o amigão. Aquela ideia vira fixação. Em pouco tempo, você está na frente dela dizendo que não aguenta mais, que está se sentindo muito preso e etc e tal. Pede um tempo e vai embora. Tempo? Isso mesmo. Como somos muito inteligentes, escolhemos o "tempo" porque ainda se deixa uma esperançazinha e evita que ela chute o balde de uma vez ou viva na farra também.

Mas, nós, claro, caímos na farra. Bebida, azaração com a galera, liberdade! Ela nunca vai saber mesmo. Afinal, a coitada está em casa, chorando. Mas como a gente não é besta nem nada, damos uma ligadinha de vez em quando pra dizer que estamos com saudades e que o tal "tempo" vai ajudar na busca da felicidade do casal. Na segunda semana, porém, ela começa a se indignar. Já soube que você vive na farra.

Como era questão de tempo, acaba descobrindo sua ficada com uma periguete qualquer. Ai danou-se. A raiva vira decepção. E, ao contrário dos homens, elas sentem desgosto e não ciúmes. É como se ficássemos mais sujos e nojentos após uma pegada aqui outra acolá. Isso destrói o encantamento que existiu nos últimos quatro anos. Ai, bau, bau.

Quando ela resolve aparecer com outro, já era. Você pode até tentar, voltar, chorar, pedir perdão, prometer a Deus e mundo que jamais fará coisa parecida, mas já foi. A ilusão lhe tirou uma ótima e tranquila companhia. Agora terá que encontrar outra. Na farra ou em qualquer lugar.

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