sexta-feira, 21 de junho de 2013

Indevidamente

Eu sei que não devia, mas ainda guardo tuas fotos, cartas e recordações. Ainda tenho aquele embrulho de presente. Ainda tenho aquele recorte de jornal e o cartão da confeitaria escondida que descobrimos nas ruas de Buenos Aires. Ainda tenho todos teus dados anotados. CPF, RG, data de nascimento, endereço, conta bancária, matrícula da faculdade (que você até já acabou), e até teus programas de fidelidade.

Você não sabe, mas ainda tem gente que me liga querendo falar com você. Aquelas coisas de promoção de operadora de telefonia, TV a cabo e internet. Também ligam das lojas. As que eu comprava presente pra te dar, fazia cadastro no teu nome, mas deixava meu telefone com medo deles ligarem antes de eu te entregar a compra e estragarem a surpresa. Você ia adorar receber uma ligação dessas, afinal tu quase sempre morria de curiosidade sobre os presentes que te comprava.

E quando viajo, ainda coloco teu nome e telefone para casos de emergência. Quero que você seja a primeira a saber que meu coração parou de bater. E a culpa foi sua.

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