sexta-feira, 7 de março de 2014

Paz

Hoje me deu uma saudade danada de te sentir deitada no meu peito. Era ali que eu te sentia completamente minha. Não porque você estava adormecida e eu poderia – em tese – fazer qualquer coisa, como se você fosse um objeto. Mas porque eu era, naquele momento, a sua paz. E você a minha.

Você, sempre tão atarefada. Sempre tão cheia de listas de coisas ainda pendentes. Estudar, escrever, ler, limpar, lavar, cozinhar, visitar, ligar, pesquisar, ajudar, encontrar, organizar. E ali, quando, no meio desse tanto de coisa, você tinha um tempo pra nós dois, te sentir relaxada a ponto de dormir no meu colo, meu peito, minha barriga, era muito bom.

Você, feito um bebê, ressoava, no indicativo de sono profundo. Aquele que você não tinha tido na noite anterior na sua cama, no seu quarto, porque lá a lista de coisas estava presente. Comigo você esquecia tudo e descansava. E acordava renovada pra voltar pros seus afazeres.

E a sua renovação me renovava, a sua paz me trazia paz. E me deu uma saudade danada disso. 

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