sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Superação*

*Por Aline Matos

Alguns dias minha irmã me perguntou: "Você ainda sente falta dele?? Conseguiu superar?"

Eu não sabia responder.

Mas hoje quando vi suas fotos, vi seu sorriso, seus olhos, já tinha até me esquecido como eram.

A felicidade estampada em seu rosto.

Percebi que não senti nada daquilo que uma garota que se sente abandonada, rejeitada, trocada sente. Nada de raiva, dor, angustia, ódio. Nada de ruim.

Fui inundada com tanta alegria, com paz, esperança. Com tranquilidade!

Fico feliz que você se achou. E vejo que tudo tem seu tempo, sua hora certa! Fico tão feliz por sentir tantas coisas boas ao seu respeito.

Queria poder lhe dizer, mas você... você não saberia escutar!

Desejo que seu novo caminho seja longo e feliz. E que o meu, seja como eu sempre desejei, feliz e tranquilo. Cheio de sorrisos e emoções. Estou verdadeiramente feliz por vc!

E estou verdadeiramente feliz por mim, por não mais te pertencer. Por ser livre e provar das coisas belas da vida! Obrigada!

*O Blog Alguns Momentos publica, uma vez por mês – sempre na última semana –, um texto de um amigo do blog. Tem uma história para contar? Quer escrever também? Mande seu texto para blogalgunsmomentos@gmail.com

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Primeira impressão

Primeira coisa que achei, quando te vi, foi que você era linda. Linda e gostosa. Bem gostosa. E te desejei. Aí você pediu um copo, encheu e deu um gole, com vontade, na cerveja. E eu te quis ali, naquele momento mesmo. Não me importava nada que estava ao redor. Mas, claro, me contive.

Sentei ao teu lado. E aí, a segunda coisa que achei, quando te vi, foi que você era doce. Voz suave, tranquila. Os goles seguintes foram nessa sintonia, pequenos, suaves, tranquilos. E aí achei que você era diferente. Opiniões, pontos de vista. E depois achei que você era gulosa. Pediu comida, mas não comeu.

Por último, achei, quando te vi, que você devia ficar mais. Não ir embora tão rápido. Tomar mais uma cerveja, pedir mais um kibe, mesmo que ficasse intocado. Falar mais, só pra eu te ouvir. Podia dar uma opinião qualquer. Contar uma história. Só queria continuar a ouvir teu tom calmo de voz.

E hoje, quando te vejo, a única coisa que eu acho é que te amo. Assim, do jeito que você é. Confirmadas, ou não, as primeiras impressões. Com outras percepções. Com novas e felizes descobertas. Com coisas ainda a descobrir. Com tudo que há pra viver. Te amo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A primeira vez

- Vai com calma, tá? Eu nunca...
- Eu também não. To meio sem saber nem o que fazer.
- Nunca? Você nunca...
- Não. Eu não.
- Eu achei que... ah, essas coisas de menino, de ir em puteiro.
- Não! Eu não! Nunca... e você é minha primeira namorada. Eu nunca. To meio paralisado.
- Acho que era bom a gente tirar a roupa, né?
- Hahaha! É! Claro. Mas deixa que eu tiro a sua.
- Me beija, Duda!
(Beijo pegando fogo)
- Você tem camisinha?
- Eu tenho uma na minha carteira. Eita! Ficou lá em baixo na sala.
- Eu busco. Ficou lá no sofá?
- É, ou em cima da mesa...
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- Tava na mesa mesmo. Toma.
- Valeu.
- E aí?
- Quê?
- Não vai colocar?
- Não é assim. “Ele” precisa ficar duro, né?
- Não tá?
- Não. Acho que ele acalmou nesse meio tempo que você foi lá em baixo.
- E como volta?
- Bom, a gente pode voltar a se beijar...
- E você apertar minha bunda, né? Safadinho!
- É... é... ajuda.
- Então, vou tirar minha roupa.
- Não! Deixa que eu tiro...
- Ops... a blusa já foi.
- Então deixa o resto comigo.
E Duda conseguiu. Tirou o sutiã de Janaína sem a menor dificuldade. Admirou seus peitos e os beijou com toda empolgação.
O resto? Isso a natureza humana se encarregou de fazer acontecer.

Este texto faz parte da primeira tentativa deste blog de criar uma história longa e não apenas um conto. Acompanhe a continuidade dele pelo marcador #desenvolvimento

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Coração abandonado

Esses dias, estava aqui em casa arrumando umas gavetas. Você sabe, né? Eu tenho dessas coisas de parar pra organizar o que vai ficando bagunçado com o tempo. Sim, já passava da meia noite, como sempre. Mas enfim, não é isso que eu ia contar. Eu ia dizer que estava num desses meus arroubos de organização madrugada a fora, jogando uma porção de papel, recibos, contas pagas, entre outras bobagens fora e, aí, você nem vai imaginar o que eu achei.

Achei teu coração. Não o teu, esse que bate aí no peito. Mas o meu. O meu coração que era teu.  O meu coração que te dei naquele domingo de tarde, quando te conheci, entre uma gracinha e outra, uma contação de vantagem pra cá, outra pra lá e percebi que era você a mulher da minha vida. Você nem sabe, porque, afinal, você nem me deu muita bola aquele dia. Mas foi lá mesmo que te dei esse coração.

E ele tava ali no fundo de uma gaveta. Meio amassado, empoeirado. Desbotado, coitado. Perdeu aquele viço do vermelho-sangue-vivo-forte. Perdeu a força, já não estava mais batendo.

Mas foi só eu pegá-lo na mão para que ele se aquecesse. Acho que minhas boas memórias de você foram como um choque de desfibrilador nele. Devagarinho, foi batendo. Tum Tum Tum Tum. O ritmo acelerou, minha lembranças também. Deu saudade e ele se inflou. A cor voltou.

E aí eu me perguntei: por que, mesmo, tudo acabou? Era tão bom. Tão bonito. Tinha tanto futuro, tanto amor.

Lembrei por quê. E o teu coração também. Imediatamente, ele voltou ao estado inicial em que o encontrei. Estado de abandono. Como você o deixou.