- E aí, qual teu sabor predileto?
- Acho que chocolate.
- O meu é menta com pedaços de chocolate. Tem o docinho do chocolate, mas também tem o azedinho gostoso da menta.
- Acho que nunca experimentei.
- Então espera que você prova do meu. Vamos lá pedir?
- Não, pode ficar aí. Eu vou lá e pego. Quer cobertura?
- Não, mas aceito um biscoitinho daquele.
- É “stick”.
- Como?
- “Stick”. É palito em inglês. Eles chamam assim.
- Olha só, Duda também é cultura.
- Ah, eu tento aprender algumas coisas. Peraí que já volto com teu sorvete de menta com pedaço de chocolate.
- Não esquece do “stick”!
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- Aqui o teu, com stick.
- Você não quis nada?
- Não. Eu gosto só do sorvete mesmo. E esse aqui é bom. Bem bom. Quer provar?
- Quero.
- Pode pegar.
- Hum! Bom mesmo. Quer do meu?
- Já que você disse que era tão bom... quero!
- Pera! Eu te dou na boca...
Beijo!
- Gostou?
- Posso provar mais um pouquinho?
- Hahahaha! Pode!
Beijo!
- E aí?
- É bem gostoso! Acho que vou passar a tomar mais desse.
- Você é um fofo, sabia?
- E você surpreendente!
- Como assim?
- Eu vim aqui morrendo de vergonha, pra te pedir desculpas pelas bobagens que fiz e você me recebe assim.
- Duda, você fez bobagem. Eu já fiz. O Teta, a Luana... todo mundo faz. Não é aquilo que vai me fazer mudar de opinião sobre você.
- E que opinião é essa?
- Que você é um fofo. E beija bem.
Vermelho, roxo, azul. Totalmente sem graça. Duda não imaginava que as coisas caminhariam dessa forma. Sua obsessão por Luana nunca tinha permitido que ele sequer notasse que havia outras garotas bacanas por aí.
Será que aquilo é que era se apaixonar? Sentir-se bem, feliz, com vontade de se ver o tempo todo. Sorvete de menta com pedaços de chocolate. Ele nunca mais ia tomar outro sabor.
Este texto faz parte da primeira tentativa deste blog de criar uma história longa e não apenas um conto. Acompanhe a continuidade dele pelo marcador #desenvolvimento
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