sexta-feira, 26 de abril de 2013

Conversinha

*Por Maria Carolina

Paula: Tô aqui me concentrando para lembrar o que você disse sobre homens não agirem como nós e não mandarem recado. Oooooonnnnnnnnn.

Alice: Hahahaha. Lembre-se: homens dizem as coisas que são. Eles não são como nós que medimos as palavras, pensamos detalhadamente o que queremos dizer e dizemos o contrário. Eles não mandam sinais.

Paula: Tá, mas assim, o Rodrigo me disse que queria muito almoçar comigo, mas não podia porque estava cheio de trabalho.

Alice: humm, e aí?

Paula: Não tá na cara que ele dizer que não quer mais?

Alice: Não! Quer dizer que ele gostaria muito de almoçar contigo, mas não pode porque está cheio de trabalho.

Paula: Tá bom, mas e quando ele diz isso semanas seguidas.

Alice:  Bom, se a mesma frase se repete muitas vezes, a palavra “verdade” passa a se chamar “ei, vou te manter por perto pra quando precisar, mas não é nada mais que isso”.

Paula: Aí, tá vendo? Te peguei, te peguei!

Alice: Meu, o Rodrigo disse isso a você várias vezes?

Paula: Não! Só hoje!

Alice: Então nesse caso, minha amiga, você está fazendo uma pegadinha pra você mesma, não pra mim. Usando sua criatividade pra algo que não existe.

Paula: Aham, tipo aquele dia que o Marcos passou o dia inteiro de folga dormindo e você criou um milhão de hipóteses né? Hahahahaha.

Alice: Besta! Sabe que até hoje eu me pergunto o que eu teria feito se ele realmente tivesse sumido.

Paula: Você ainda se pergunta? Se esse cara tivesse sumido, minha amiga, você teria o encontrado  no inferno. Teria acampado no bloco dele até o coitado aparecer.

Alice:  Hahahahaha. Se eu pudesse, formaria uma liga de ir cobrar explicações desses covardes. Não sei qual é a dificuldade o cara dizer: meu bem, acabou, não gosto mais de você. Como diz Adele: this is the end.

Paula: Não entendo esse teu prazer em querer ouvir deles que eles não querem mais.

Alice: Não é a prazer, só quero trabalhar com a verdade.

Paula: Aham, tá. Verdades tipo o Guilherme te diz pra te enrolar né? Qual foi mesmo a última dele?

Alice: Ele disse que eu tenho que buscar a minha felicidade e se ele não pode me dar isso, melhor se afastar.

Paula: Falando sério agora.  Eu acho de verdade que ele gosta de você, é apaixonado por ti, mas é covarde. Acho que ele não fica contigo porque tem medo de você fazer com ele o que fez com o Henrique.

Alice: Meooooo, qual é a sua? Já falei, se o cara quer ter algo contigo e você quiser, ele vai ter.  Se ele não quer, ele vai dizer, como o Guilherme me disse. Isso é muito simples. Já viu “Ele não está tão a fim de você”?

Paula: Alice, o cara aguenta suas chatices, crises, ciúmes há três anos. Por mais que o tempo passe, ele nunca consegue te dizer não, mesmo quando estava iniciando um namoro. Se isso não é ser louco pela pessoa, se isso não é paixão, eu não sei o que é.

Alice: Bom, você não sabe o que é. Fato! E se ele quisesse algo comigo, eu seria a namorada e não a pessoa que ele estava procurando ALÉM da namorada. Dá pra entender?

Paula: Para de se boicotar e admita!

Alice: Ok, vou admitir. O Guilherme é louco, apaixonado por mim, me ama, não vive sem mim. Agora vou contar: um, dois, três, quatro, cinco, dez minutos se passaram. Não amiga, meu telefone ainda não tocou. O Guilherme não apareceu aqui me pedindo em namoro.

Paula: Mas você vai esperar muito, bem mais que 15 minutos, não é? Você já espera há três anos.

Alice: Aham, eu vou.


...

Alice: Tô aqui me concentrando para lembrar o que você disse sobre os recados subliminares que os homens tentam nos passar. Como é que é mesmo? Oooooonnnnnnnnn.


*O Blog Alguns Momentos publica, uma vez por mês – sempre na última semana –, um texto de um amigo do blog. Tem uma história para contar? Quer escrever também? Mande seu texto para blogalgunsmomentos@gmail.com

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