sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Pedido – O outro lado

- Alô!
- Oi amiga, tudo bom?
- Oi Lu, tudo bem e você?
- Joia. Vai fazer o que hoje?
- Ah, menina, to aqui me arrumando que o Duda ficou de vir aqui pra gente ir lanchar.
- Huuuummm... coisa mais linda esse casal de namorados!
- Lu... para!
- Que foi, Jana? Você estão namorando ou não?
- Não!
- Ah, mas só porque ele não pediu ainda. Que você tá doidinha pra dizer que é namorada dele por aí...
- Não to, Luana. E nem brinca de falar isso.
- Nossa, Jana. Que mau-humor! Vai dizer que se ele te pedir em namoro você não aceita? Vocês já tão namorando... só não teve pedido.
- Não sei se aceito, amiga. Não sei.
- Como assim? Por quê?
- Lu, você sabe porquê.
- Ai amiga... para! Você sabe que não tem nada a ver. Eu to muito feliz de vocês dois estarem juntos. Pode parar de besteira. Ele vai pedir e você vai aceitar!
- Hum...
- É sério! Não faz isso. Você gosta dele e ele de você. Não vai dar esse vacilo.
- Tá.
- Então se veste aí bem bonitona. Arrasa que é pra ele nem pensar duas vezes!
- Pode deixar, Lu!
- Beijos, depois me liga contando como foi!
- Beijo!


- Jana, filha! Eu e seu pai estamos saindo, você vai sair também?
- Vou, mãe. Mas vou só lanchar com o Duda. Nada de demais. Volto rapidinho.
- Tá bom. Nós estamos indo ao teatro. Que cara é essa?
- Nada, mãe.
- Tá tudo bem?
- Tá sim.
- Eeeee... tá não! Que foi, brigou com o Duda?
- Não! Tá tudo bem mesmo.
- Filha, fica tranquila. Eu tenho certeza que o Duda gosta de você.
- Eu também, mãe. Não é nada.
- Olha lá, hein. Não te quero triste por conta de namorado.
- A gente não tá namorando...
- Então é isso? Você quer na...
- Não, mãe. Não quero!
- Tá bom. To saindo se não me atraso. Depois a gente conversa mais sobre isso, tá?
- Tá. Boa peça!
- Obrigada. Bota um sorriso no rosto, pode ser?
(Sorriso)
- Bem melhor! Você fica linda com essa roupa e mais linda sorrindo! Tchau!
- Tchau, mãe. Tchau Pai!!


- Jana?
- Oi, Dudinha! To aqui no quarto. Vem cá!
- Oi... nossa, como você tá linda!
- Obrigada! Você também tá bem gatão.
(envergonhado)
- Por que você tá parado aí e não veio me dar um beijo?
(beijo)
- Jana, queria te falar um coisa...
- Quê?
- Eu nunca fui muito bom nisso, mas acho que o que tá acontecendo é o que chamam de “se apaixonar”... E aí queria saber se... se você... vocêquernamorarcomigo?
(silêncio)
- Duda, eu não sei o que dizer.
- Como assim? É sim ou não. Meu Deus, você não quer...
- Não, calma. Não é isso. É só que... é... as coisas estão tão legais que tenho medo, sabe?
- Medo de quê?
- De mudar. De ficar diferente porque é namoro. Da gente passar a se cobrar.
- Então é um não.
- Mas é que eu não queria que fosse um não de acabou tudo. Eu queria que fosse um não de vamos continuar do jeito que tá. Será que dá?
- Mas você não acha que a gente já tá “namorando”?
- Não sei. Mas é que o rótulo é meio pesado. Vamos continuar assim, “ficando”. Do jeito que as coisas vão a gente pensa nisso depois. Só tem um mês que a gente tá nisso.
- Então a gente continua do jeito que tá, mas não é namorado?
- É. Pode ser...
- Acho que pode, sei lá.
- Você tá chateado?
- Não sei.
- Como assim?
- Não sei, ué.
- Me dá um abraço?
(abraço)
- Você ainda quer ir lanchar?
- Quero. To com fome. Minha mãe nem fez nada pra comer aqui porque eu disse que a gente ia sair, eles também iam.
- É. Encontrei com eles antes de saírem.
- Você tá com fome?
- Acho que sim.
- Então vamos?
- Vamos.


Jana estava apaixonada por Duda. Sabia que Duda gostava dela. Mas sabia que Luana sempre gostou do Duda e fingia que não. Depois da primeira vez que ficaram, Jana percebeu que Luana foi embora da festa irritada. Mas não conseguia entender por que, já que a amiga a encorajava a ficar com Duda.

Tentou conversar uma vez sobre isso com Luana e a resposta que teve foi mais irritação, o que deu a ela mais certeza que ela e a amiga eram apaixonadas pelo mesmo rapaz.

Agora, a dúvida consumia a cabeça de Jana. Ela não queria largar Duda. Não queria perder a amiga. Mas também achava que um namoro, oficializado, poderia deixar as coisas ainda mais difíceis.

“Enquanto não tiver namoro oficial, pelo menos, parece que é só curtição e que vai acabar a qualquer momento. Assim a Luana fica menos irritada com tudo isso e eu ganho tempo pra decidir o que faço”, pensava a garota.

Este texto faz parte da primeira tentativa deste blog de criar uma história longa e não apenas um conto. Acompanhe a continuidade dele pelo marcador #desenvolvimento

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